quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Amor II

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Amor  II

Amor, sonhei contigo um sonho lindo!
E foi pra mim o meu melhor instante.
Nos braços teus me vi tão delirante,
Imersa em teus carinhos me esvaindo.
 
No sonho amor, vieste a mim, sorrindo,
E sobre os meus lençóis, exuberante,
Meu corpo nu rendeu-se provocante,
E fui contigo ao céu me diluindo.
 
Em grão furor dos teus ardentes beijos,
Me misturei nos rios dos teus desejos,
E fui contigo a um mundo tão risonho.
 
Mas quando despertei nos meus arquejos,
Minha alma sufocava em relampejos,
Querendo uma vez mais o mesmo sonho.
 
Edith Lobato

domingo, 21 de setembro de 2014

Ama-te!

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Ama-te!
 
Chora,
Esta nefasta amargura,
Mas chora tudo o que podes
De uma só vez.
Quando terminares,
Na debilidade de teu ser,
Ergue-te!
Porque não precisas
De quem não te valorizou.
Lembra-te,
O tempo passa e leva
Em sua carruagem o punhal
Que te feriu.
Recompõe-te e segue,
Na juventude do teu espírito,
Para não chorares,
Diante do espelho,
A morte que,
Tu mesma te imputaste.
A razão,
É teu fio de prumo,
Na adjacência do coração,
A nortear a sombra existencial
Em tântricos desejos.
Ama-te,
Antes de tudo!
 
Edith Lobato – 20/09/14

domingo, 14 de setembro de 2014

Decisão

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Decisão
 
Que fazes tu, quando te busco em pensamento,
Quando me sinto esvair na solidão de minha dor,
Quando em minha alma dilacera um grã tormento,
Que fazes tu que não estendes sobre mim o teu amor?
 
Que faço eu nestes caminhos de lamentos?
Imersa em lágrimas sulcando este meu rosto,
Dia após dia condenada ao isolamento,
Que faço eu a ruminar este desgosto?
 
Eu me desfaço deste laço que me prende,
Que vive em mim como posseiro e senhor,
A usurpar a luz que em mim ainda ascende,
Uma ternura caminhando em meu favor.
 
Basta! Não quero mais sorver o fel desta cicuta,
Nem terminar os dias meus no calabouço,
Rendida em prantos, em tristeza absoluta,
Andando em vida como simples, mero esboço.
 
Edith Lobato – 29/07/14

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Negação

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Negação
 
Cansei de andar tristonha pelos cantos,
Seguindo velhas normas e modelos,
Na sombra dos enfados, pesadelos,
No mofo da tristeza e desencantos.
 
Cansei da negação de tudo em quanto,
Vivendo na omissão de ufanos zelos,
Na vociferação de alguns apelos,
Desvirtuando a vida, os seus encantos.
 
Cansei de tantos nãos negando o sim,
Em mascarado enredo que provoca,
A lágrima que morre no meu rosto.
 
Cansei! Não quero mais viver assim,
Sentindo este vazio que me sufoca,
E põe na minha vida só desgosto.
 
Edith Lobato – 08/09/14



Pátria amada

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Pátria amada
 
Quisera que meu grito nestas sendas,
Rompesse pelos ares das cascatas,
Num coro colossal por entre as matas,
Quebrasse o ritual que habita as lendas.
 
Quisera retirar do povo as vendas,
Cegueira que lhes faz servis fragatas,
Na crença de promessas vis, ingratas,
Discurso que é tecido em finas rendas.
 
Lavar da minha Pátria este dilema,
Que faz a massa não ter mais encanto,
Na ordem e no progresso varonil.
 
Assim se extinguiria do sistema,
A lama que transborda em cada canto,
Manchando as cores deste meu Brasil
 
Edith Lobato – 09/09/14