segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Felicidade

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Felicidade
 
Fechando os olhos... a deixei passar!
Oh, doçura de minha aurora!
Passaste e eu não vi teu caminhar,
Silente, sobre as minhas horas.
 
Passaste, sorrateira a balouçar,
Os sonhos que ainda trago em meu agora.
E hoje sobre as águas do meu mar,
Eu olho o meu amor que vibra e chora.
 
Distante dos meus beijos e carinhos,
Distante destas mãos tão calejadas,
Distante e tão distante em nossos ninhos,
Distantes em luares, madrugadas
 
Distante dos meus olhos alagados,
Somente a contemplar, fotografias,
Do riso em tua face meu amado,
Eu vou vivendo, assim, minha utopia.
 
Edith Lobato – 27/09/14

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Fim

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Fim
 
Jaz, solitário,
Debaixo do, mesmo, flamboyant,
O palco
Das nossas tardes prazerosas.
No ar,
Risos de felicidade rasgam
A memória.
Olho o velho banco,
Na solitude
Da cadeira de balanço,
Onde repouso.
 
Edith Lobato – 16/08/14

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Brinde

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Brinde
 
Brindo o outono da vida.
Os gritos do silêncio,
Os roncos da solidão,
Nos recortes das lembranças.
 
Brindo o frio da madrugada,
Na metamorfose do presente,
Desidratada de sonhos,
Sobre a pele enrugada.
 
Brindo os meus fios de prata,
E o ócio em que me encontro,
Neste cenário bucólico do fim.
 
Brindo o tempo e a dádiva da vida,
E aguardo o cair das últimas folhas,
Onde tornar-me-ei, saudade.
 
Edith Lobato – 12/10/14


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Talismã?

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Talismã?
 
Ainda guardo vivo aqui dentro de mim,
O teu sorriso que jamais eu esqueci.
O beijo morno de teus lábios, trago sim,
Os teus abraços onde um dia me perdi.
 
Trago guardada tua voz tão doce e terna,
O teu perfume em meu olfato a instigar,
Recordações que na memória, hoje, hibernam,
Mas que despertam, vez em quando, no meu mar.
 
Minha memória traiçoeira, meu algoz,
Sempre te traz para meu banco em alto mar,
E me obriga a te espiar por entre os nos,
Das escotilhas afrouxadas ao luar.
 
Assim me deito longas horas a pensar,
Na colisão das nossas rotas alteradas,
E nestes rastros de lembranças enlutadas,
Que sorrateiras inda vem me atormentar.
 
Edith Lobato – 11/10/14

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Sabor de romã

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Sabor de romã
 
Compensa as horas perdidas nos meus braços.
Descansa teu ser nas sombras do meu éden,
E sobre o tecido, macio, dos véus do meu regaço,
Energiza-te na infrutescência da flor cheia de pólen.
 
Oh vem banhar-te nas águas dos rios do meu amor,
Onde os sons de Gaia serão esquecidos entre nós,
Na simbiose das almas que se fundem no dulçor,
Desta alquimia que pulsa e que escorre de nossa foz.
 
Todo este sonho lúdico sonhado em minha aurora,
Tem a textura da seda e o sabor suave de maçã.
A força dos ventos velozes que assanham a flora,
E o veludo vermelho das doces e saborosas romãs.
 
Sobre o fio do punhal que o tempo sibila,
Bebe este vinho que oferto em cálice de ouro,
Poliniza meu ser no teu ser, saboreia e destila,
Meu coração, minha alma, em tempo vindouro.
 
Edith Lobato – 29/09/14